Distância costuma ser definida como
algo que separa dois pontos. Nada mais é que um intervalo, seja ele físico,
emocional ou social. A grande esperteza dessa senhora é fazer a gente pensar
que a controlamos: que estamos perto quando queremos, e longe quando bem
entendemos. É fazer-nos pensar que ela realmente importa e que quanto mais
distantes estivermos de algo, mais difícil será consegui-lo ou mantê-lo.
Será que a
distância existe mesmo? Muitas vezes, ao observar as situações com olhos
viciados, não vemos o que, em verdade, separa as pessoas.
Capa do Livro |
Thirity Umriga
debate sobre tal conceito de distância com um plano de fundo bastante
inspirador: a Índia. Neste cenário, repleto de cores, tradições, castas,
religiões e desigualdades, somos apresentados as histórias de duas maravilhosas
e solitárias mulheres.
Bhima é uma
velha hindu analfabeta, porém bastante perspicaz, que mora em um casebre na
favela com sua neta Maya. Sera é uma viúva parsi bem-educada e estudada. Toda
manhã Bhima toma seu habitual ônibus, na atribulada Bombain, para a casa de Serabai, aonde trabalha como doméstica
há muitos anos.
Duas mulheres
separadas pela casta – patroa e empregada –, mas muito próximas em suas
histórias pessoais de subjugação e opressão. Através da íntima relação entre a
Senhora e sua criada, vemos potencializada a distância entre dois mundos:
parsis X hindus, ricos X pobres, letrados X ignorantes, mulheres X homens. Cada um, ao
seu modo, solitário e infeliz.
Ao longo da
leitura, evidencia-se que é negado às indianas o direito de ser feliz. Elas não
podem simplesmente fugir para Pasárgada,
como Manuel Bandeira faria, pois lá não possuem amigos. Elas são oprimidas na
sociedade e em seus próprios lares. Nenhuma delas, seja solteira, casada ou
viúva, está isenta de tal sofrimento. Os homens não são amigos. Infiéis,
manipuladores, ausentes: na narrativa de Umriga não temos outra opção de adjetivo
para o sexo masculino indiano.
“A Distância entre nós” é um romance narrado a
partir da proximidade entre duas mulheres habitam em universos diferentes, mas
se encontram através de suas faces humanas. A dor aparentemente não tem
preconceito social. E conecta pessoas de formas inimagináveis, tal como
conectou Bhima e Serabai, e mudou suas vidas e a forma como se relacionavam
para sempre.
Se você leu O
Caçador de Pipas ou A Cidade do Sol e gostou, A Distância Entre Nós deve entrar
para sua lista.
Favelas Indianas |
Beijos,
Agnes
Ain esse livro parece ser tao emocionante . quero ler =D
ResponderExcluirCéu de Letras
se quem gostou de Cidade do Sol e Caçador de pipas gostará desse
ResponderExcluiro/ ótimo eu amarei
gostei da resenha e eu ainda nao tinha ouvido falar desse livro
gostei da novidade!
bju
http://entrenossoslivros.blogspot.com.br/
Eu comprei esse livro há um tempinho, mas ainda não o li.
ResponderExcluirMe fez lembrar de "Pequena Abelha", um outro livro lindo que fala sobre como pessoas distintas (sobretudo mulheres) se aproximam na dor. Já leu? Se ainda não leu, recomendo.
bjo
Gosto mesmo de conhecer países e culturas diferentes através dos livros, e este é um dos que eu gostaria muito de ler se caísse em minhas mãos.
ResponderExcluirGosto do seu jeito de escrever, Agnes! ;)
Beijão. :-*
Olá!
ResponderExcluirLembro de ter visto esse livro no site da editora e fiquei curiosa para saber sobre o que tratava... Não é o típico livro que eu leria, mas a trama parece ser interessante.
Beijinhos
Daisy
nuvemdeletras.blogspot.com
Ahh parabe´ns pelo blog, estou seguindo :)